domingo, 11 de março de 2012

BR-364 A RODOVIA RASGA A FLORESTA

“Os sertões e a floresta virgem seriam vencidos 
para que os produtos e as riquezas da região pudessem ser escoados pela BR-364,
 que teve o objetivo ainda
 de incentivar o povoamento da região”.



Em 1944, uma comissão chefiada pelo engenheiro Yêdo Laza organizou um plano rodoviário e incluiu nele uma ligação rodoviária entre o Acre e as regiões do Centro Sul do País. Tal ligação recebeu o nome de “rodovia acreana” e a designação de BR-029, cruzando as cidades de Cuiabá, Porto Velho, Rio Branco e Cruzeiro do Sul, até a fronteira com o Peru, fazendo a conexão com a rodovia Pan-Americana.

No dia 13 de janeiro de 1945, o então governador do Território do Guaporé, Aluízio Ferreira, criou a 2ª Companhia Independente, que tinha a missão de construir a rodovia no rastro da linha telegráfica de Rondon que ligaria Porto Velho à Vilhena.

A construção de uma estrada ligando Mato Grosso à Rondônia era necessária para o povoamento e colonização da área. Os sertões e a floresta virgem seriam vencidos para que os tesouros da região pudessem ser escoados, permitindo o acesso mais rápido aos portos do Pacífico.

Sob o comando do capitão engenheiro Ênio Pinheiro, chegou em 09 de julho do mesmo ano o primeiro grupo de homens para construir a estrada. Dois anos mais tarde, a companhia dava por encerrada as atividades, com apenas 55 quilômetros explorados e o desaparecimento de um de seus homens mais ilustres, o tenente Fernando Gomes de Oliveira.

A BR-029 foi obra do governo de Juscelino Kubitschek, num grande esforço para tirar a Amazônia do isolamento. “Demonstrou o Sr. Kubitschek perfeita compreensão do problema da falta de ligação da mais rica região do País com o resto do território nacional” – disse na época o governador Paulo Leal.

Foram grandes as dificuldades encontradas pelas firmas empreiteiras contratadas. Durante muito tempo a estrada era apenas um “rasgão” mal acabado nas selvas de Rondônia. Verdadeiras trilhas de lama e pinguelas, onde só os pioneiros se atreviam passar. O percurso de Vilhena à Porto Velho chegava a ser feito em 12 dias, como relata o escritor Amizael Gomes da Silva em “No Rastro dos Pioneiros”.

O recomeço

Durante uma reunião de governadores com o Presidente da República, nos primeiros dias de fevereiro de 1960, o então governador do Território, Paulo Leal, demonstrou a necessidade de reiniciar a construção da BR-029. Juscelino Kubitschek, empolgado com uma série de recortes de jornais e mapas levados pelo governador, ordenou ao DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – a imediata execução dos trabalhos. A meta era inaugurar a rodovia no final do mesmo ano.

No dia 04 de janeiro já haviam sido distribuídos os trechos pelas companhias: Nacional, Viatécnica, Sérgio Marques de Souza, Cib., CC., Camargo Corrêia, Triângulo Mineiro e CC. BE., até o local denominado Alto Paraguai, no estado do Mato Grosso, onde estava assentada uma companhia do Exército.

O presidente Kubistcheck tinha por norma avançar no tempo, já que seu mandato estava chegando ao fim, por isso ao encontrar o primeiro obstáculo no transporte das máquinas entre o Rio de Janeiro e Porto Velho, mandou descarregar o navio Rio Tubarão, que estava designado para viagem ao Oriente Médio, e ordenou que nele fossem transportadas as máquinas das companhias empreiteiras.

No dia 03 de janeiro de 1961, chegava à Porto Velho a primeira leva de construtores da BR-29 para realizar em 9 meses e 14 dias a desmatação, terraplanagem, permitindo em época de verão realizar em 30 horas uma viagem de Cuiabá à Porto Velho.


A pavimentação

Quando Rondônia alcançou sua autonomia, transformando-se em Estado, apenas o trecho Ariquemes/Porto Velho, com 192 quilômetros, era asfaltado. Destes, 48 ainda em barro, onde estava a reserva para a represa de Samuel. Os trabalhos ali foram executados pelo 5º BEC, mas toda a rodovia já estava sofrendo reparos.

Ao chegar à Porto Velho par tomar posse como governador do Território, Jorge Teixeira de Oliveira estabeleceu metas de trabalho, entre elas a pavimentação da BR-364. Como nenhum outro governador havia conseguido atingir o objetivo, imediatamente os opositores fizeram correr uma onda de boatos para que Teixeira caísse em descrédito.

Jorge Teixeira não se deixou abater pelas críticas da oposição. Depois de várias viagens e contatos com autoridades ligadas ao Território, conseguiu que fossem assinados, pelo ministro Eliseu Resende, na presença do então presidente João Baptista Figueiredo, 19 contratos para a pavimentação da BR-364, rodovia Cuiabá-Porto Velho, no trecho que vai de Cáceres, no Mato Grosso, a Ariquemes, numa extensão de 1.040 quilômetros.

De importância decisiva não só para o abastecimento de Porto Velho e do Território, mas também para o surto de desenvolvimento da agricultura e da criação de gado, foi a abertura da BR-364, que ocasionou um grande movimento migratório  com destino à região.
Na década de 70 do século XX, em decorrência do alto tráfego (migração e tranporte de madeiras), as condições da R-364 eram deploráveis.

Por incumbência do governo militar, em 1966 o 5º batalhão de engenharia e construção assumiu as obras de manutenção e conclusão da rodovia.

Ao 5º BR-364 e deve-se também a construção do trecho da BR 425, ligando Porto Velho a Guajará-Mirim , que veio substituir a EFMM, desativada em 1972.

A facilidade de transporte, a terra fértil e abundante e os incentivos do governo federal atraíram um contingente humano inimaginável nas décadas de 1970 e 1980. 

A cidade de Porto velho por exemplo, aumentou em quase cinco vezes sua população entre 1981 e 1990.

(Apostila Profª Sônia Arruda)




Atividades no Caderno
       
         1.   QUAL O OBJETIVO DA CONSTRUÇÃO DA BR-364?

       2. Qual o presidente da República que incluiu em seu plano de metas a abertura de estradas?

       3.    Que estrada foi aberta em nosso território no governo desse  presidente?

       4. Qual o objetivo de Juscelino Kubitschek com seu plano de abertura de estradas?

       5.    Qual a importância da abertura  da BR-364 em nosso território?

      6. Quem era Governador de RO. quando foi realizado a pavimentação da BR - 364?










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2 comentários:

Unknown disse...

Ola, boa tarde sou Katia estudante de Geografia moro em Mato Grosso e preciso de Material em relação a BR 364 para que eu possa desenvolver um projeto, percebi que vc tem muitas informações, caso puder me ajudar ficarei grata, preciso que qualquer informação relaciona a BR 364 como: o porque de sua construção, em que época, data, enfim. Se puder me ajudar ficarei grata. o meu e-mail é katiapaulacorreia@gmail.com

Leyde rocha disse...

achei maravilhoso esse documentário sobre o desbravamento de Rondônia , se os homens do passado não tivessem uma visão de futuro ainda estávamos no mato , mas Deus sempre usa homens corajosos !

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